Neste domingo 26 de abril do corrente, uma caravana Saindo da Praça
Salviano Leite/Centro da Cidade de Piancó - PB, rumo à trilha ecológica Pedra do Macaco, a comemoração
aconteceu antecipando as comemorações alusivas ao Dia Nacional da Caatinga. O Evento
foi realizado na zona rural Do Município de Piancó e os participantes percorreram
cinco (5) Km em um vasto caminho, desde a capela da comunidade rural Bom Jesus
passando pela Pedra do Macaco indo até o riacho da manga.
O ambientalista José Filho, organizador do Evento,
afirma que, o objetivo da trilha, é despertar o interesse da população local e
regional para a preservação da caatinga. Alertando para o desmatamento, caça
ilegal de animais silvestres, queimadas etc. Enfatizando a necessidade de
preservações dos riachos, rios e açudes. Ele lembrou que, o bioma caatinga só
existe no semiárido brasileiro, onde ocupa uma área territorial de 11% que fica
contido entre os nove (9) Estados da região Nordeste do País e que também
abrange uma pequena área do Estado de Minas Gerais através do Vale do Jequitinhonha.
Os participantes ficaram encantados com as Descrições
Rupestres encontradas na Pedra do Macaco. Sua localização é de fácil acesso,
podendo também observado que a propriedade pertence ao Sr. Agrinaldo Farias de
Lacerda e que possui uma área com cerca de quatrocentos hectares (400 há), com preservadas,
contendo varias espécies de animais silvestres que se encontram na cadeia de
extinção como, papagaios, macaco sagui, veado catingueiro, asa branca, corrupião
e o roedor mocó.
Ele informou que, pesquisadores da Universidade Federal em Arqueologia do Estado do Pernambuco (UFPE), realizaram um trabalho de pesquisa no local. Participaram da trilha representantes da ONG - S.O.S Rio Piancó, Escoteiros do 13º PB, Rotaract, Interact Clube e funcionários públicos da Secretaria de Educação e Infra Estrutura e Meio Ambiente do Município de Piancó.
O Decreto Federal de 20 de agosto de 2003,
publicado no Diário Oficial da União, seção 1, edição 161, página 5, de 21 de
agosto de 2003 institui o Dia Nacional da Caatinga, a ser comemorado no dia 28
de abril de cada ano. A data homenageia o professor João Vasconcelos Sobrinho
(1908-1989), pioneiro na área de estudos ambientais no Brasil. O Dia Nacional
da Caatinga foi celebrado oficialmente pela primeira vez no Seminário “A
Sustentabilidade do Bioma Caatinga“, ocorrido nos dias 28 e 29 de abril de 2004
em Juazeiro, na Bahia.
Caatinga
é um termo de origem Tupi-Guarani e significa floresta branca. O termo resulta
da combinação dos elementos ca-a (floresta), tî (branco) e o sufixo ngá, (que
lembra). A razão para esta denominação reside na aparência que a floresta
revela durante a estação seca, quando a quase totalidade das plantas estão sem
folhas e os troncos brancos e brilhosos, extraordinárias estratégias para
diminuir as perdas de água nesta estação. Outra estratégia destacável são as
folhas modificadas na forma de espinhos. Com esse conjunto mínimo de adaptações
à deficiência hídrica, a Caatinga se mostra como uma vegetação xerófila,
espinhosa e caducifólia, de certo, seus aspectos mais nítidos. Carl von Martius
(1794-1868) renomado botânico alemão que esteve no Brasil no século XIX,
referiu-se a caatinga como silva horrida (floresta feia). Verdadeiramente,
parece não existir beleza e alegria em algo seco e branco, no entanto, quando
as primeiras chuvas caem sobre a caatinga uma extraordinária explosão de cor e
vida emerge, numa mudança repentina de paisagem das mais espetaculares do
mundo.
Essa
cobertura vegetal exclusivamente brasileira é singular, ou seja, não é
encontrada em nenhum outro lugar do mundo além do Nordeste do Brasil. Ocupa uma
área de aproximadamente 900 mil quilômetros quadrados englobando de forma
contínua parte dos estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte,
Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e Minas Gerais. Durante muito tempo
a Caatinga foi descrita como ecossistema pobre em espécies e endemismo.
No entanto, estudos recentes apontam o contrário. A flora já levantada registra aproximadamente mil espécies, das quais um terço são espécies endêmicas (exclusivas). Estima-se que o total de espécies vegetais alcance 2 mil a 3 mil. Ademais, mamíferos, peixes, aves, répteis e anfíbios superam mil espécies com um nível de endemismo bastante variado. É desse patrimônio biológico que o sertanejo obtém madeira, carvão, carnes, frutas, plantas medicinais, fibras, mel e forragem para os rebanhos.
No entanto, estudos recentes apontam o contrário. A flora já levantada registra aproximadamente mil espécies, das quais um terço são espécies endêmicas (exclusivas). Estima-se que o total de espécies vegetais alcance 2 mil a 3 mil. Ademais, mamíferos, peixes, aves, répteis e anfíbios superam mil espécies com um nível de endemismo bastante variado. É desse patrimônio biológico que o sertanejo obtém madeira, carvão, carnes, frutas, plantas medicinais, fibras, mel e forragem para os rebanhos.
Infelizmente, o mau uso e ocupação da terra pelo
Homem têm, há tempos, levado um estresse ambiental à caatinga sem precedentes
na história. As razões para esse desmantelamento da caatinga tem sido o uso da
mata nativa para lenha e carvão e o avanço de polos agropecuários. Para dar uma
ideia da velocidade da destruição, entre 2002 e 2008, a caatinga foi removida o
equivalente a 1.657.600 campos de futebol, conforme o estudo.
texto por Hosmá Passos/Arnóbio Cavalcante pesquisador-adjunto, ecólogo do Ministério da Ciência e Tecnologia em exercício no Instituto Nacional do Semiárido.
texto por Hosmá Passos/Arnóbio Cavalcante pesquisador-adjunto, ecólogo do Ministério da Ciência e Tecnologia em exercício no Instituto Nacional do Semiárido.
Nenhum comentário:
Postar um comentário