A produção de lixo no Brasil cresce a cada dia, é o que revela um
estudo realizado pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza
Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) Segundo a Associação, 58% de todo
o lixo produzido pela população brasileira vai para os aterros
sanitários, os 42% que correspondem a aproximadamente 76 mil toneladas
de resíduos sólidos vão para os lixões, e não possuem o conjunto de
sistemas e medidas necessários para proteção do meio ambiente ou
degradação.
Ainda de acordo com a pesquisa, de todo o lixo coletado no Brasil,
22,1% dos resíduos sólidos estão no Nordeste, o restante está dividido
entre as regiões Sudeste (52,5%) e Sul (10,9%), Centro Oeste (8,1%) e
Norte (6,4%). No Nordeste, no ano de 2012, segundo a pesquisa, foram
coletadas 40.021 toneladas de lixo/dia, com 31,6% deste montante sendo
descarregados em lixões.
O acúmulo de resíduos sólidos nos lixões gera a produção de
substâncias como Cromo, Enxofre e Chumbo. O Chorume que é o líquido
originado pela decomposição do lixo, por exemplo, contamina os lençóis
d’água. E com o objetivo de propor uma solução para esse problema, o
Centro Inovação e Tecnologia Industrial – CITI, do SENAI em parceria com
a Empresa Mundial TECH de Campina Grande - PB, desenvolveram um projeto
que permite transformar os resíduos sólidos como garrafas, pneus,
sacolas plásticas, madeiras e outros em insumos que poderão ser
utilizados na indústria de Construção Civil, Cimenteira e na Indústria
de Blindagem Automotiva.
O Projeto, denominado Usina Beneficiadora de Resíduos Sólidos
(UBRS-I), fruto de 18 anos de pesquisa, funciona por meio da engenharia
reversa de materiais, realizando um processo químico que separa os
elementos, transformando o lixo em tijolos, telhas, blocos, vigas betume
de aplicação a frio, e toda aplicação de agregados em qualquer faixa
granulométrica ou bitola desejada. Merece destaque a brita sintética
durável, insumo que pode ser utilizado na construção civil, e apresenta
sete vezes maior resistência, 50% maior leveza e maior durabilidade do
que a brita de granito.
O lançamento da UBRS-I aconteceu nesta quinta-feira, dia 21/05, na
Unidade do SENAI CITI, localizada no Distrito Industrial de Campina
Grande. Além do Presidente da Federação das Indústrias do Estado da
Paraíba, Francisco de Assis Benevides Gadelha, estiveram presentes no
lançamento da Usina, a Diretoria da FIEP, empresários, autoridades
políticas, e representantes da sociedade civil.
O Presidente da FIEP, Francisco Gadelha, falou dos impactos
econômicos e sociais do equipamento. “Para qualquer cidade do Brasil, o
equipamento é extremamente vantajoso. Com a Usina, é possível destinar
76% dos resíduos acumulados nos lixõese transformar em insumo, a exemplo
da brita, que tem um peso menor que a brita de granito. O SENAI CITI,
apoia e incentiva a inovação, neste sentido, o pesquisador nos
apresentou a ideia, nós desenvolvemos a Usina, e produzimos este
protótipo, que tem aproximadamente 15 metros de extensão, toda tubulação
e reator, podendo atender uma população de até 1.000 pessoas. Para
cidades com 50 mil habitantes, os técnicos avaliarão a necessidade de
aumentar a Usina”.
O pesquisador e representante da Empresa Mundial TECH, Romero Leite
ressaltou o ineditismo do Projeto e sua aplicabilidade: “Não existe em
todo o mundo, uma tecnologia semelhante que dê a destinação adequada ao
lixo, como esta Usina realiza. A humanidade será a grande beneficiad
a,
pois será possível deixar de extrair o insumo mineral do meio ambiente e
poderemos utilizar o lixo para produzir as mais diversas
matérias-primas. Um dos insumos, a brita sintética, pode ser utilizada
no asfalto, no pavimento como base de terraplanagem, ou em placas e tem
durabilidade de cerca de 2.800 anos, de acordo com as pesquisas
realizadas por nossos técnicos. A Usina pode produzir um produto
modelável, o que permite a aplicabilidade do produto em diversas áreas.
Os custos do equipamento serão negociados com os empresários
interessados”, revelou o pesquisador.
Informações adicionais podem ser obtidas através do telefone: (83) 2101-5396.
Assistir vídeo:
http://g1.globo.com/pb/paraiba/jpb-1edicao/videos/v/projeto-transforma-lixo-em-britas-em-campina-grande/4197835/